17.2.11

cidades

por culpa dun lector de vello desta casa, ando a preguntarme se terei algunha relación especial coas cidades nas que vivo. algo que saia do común
e venme á mente a marabillosa filipa leal, da que namorei fondamente no último festival de salvaterra ao que fun

A CIDADE ESQUECIDA


Ela disse: Sou uma cidade esquecida.
Ele disse: Sou um rio.

Ficaram em silêncio à janela
cada um à sua janela
olhando a sua cidade, o seu rio.

Ela disse: Não sou exactamente uma cidade.
Uma cidade é diferente de uma cidade
esquecida.

Ele disse: Sou um rio exacto.

Agora na varanda
cada um na sua varanda
pedindo: Um pouco de ar entre nós.

Ela disse: Escrevo palavras nos muros que pensam em ti.
Ele disse: Eu corro.

De telefone preso entre o rosto e o ombro
para que ao menos se libertassem as mãos
cada um com as suas maos libertas.
Ela temeu o adeus,disse:Sou uma cidade esquecida.
Ele riu.

3 comentários:

aultre narai disse...

As cidades teñen todas alma de xigante... ;)

rui disse...

Gústame, non coñecía Filipa Leal. Buscarei de ler máis dela.
Claro que os sitios nos que vivimos vannos aportando cousas, dalgunhas somos conscientes no momento mais moitas outras é sen nós nos decatar, por iso logo os botamos de menos e xa non somos os mesmos que cando chegamos.

oko disse...

só sei que non quero ser unha cidade esquecida. e que xa comezo a cansar de deixar tantas cidades queridas atrás :S
e si, as cidades teñen todas alma de xigante e nos van modelando ao seu gusto. eu xa boto de menos esta antes de a deixar